Brincando com Palavras

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Local: Rio de Janeiro, RJ, Brazil

Sou a prima mais velha de uma turma de 32 primas! Gosto de rir e de fazer rir. Adoro conversar, mas principalmente de ouvir. Beber Mate, vinho e Martini. Ver filme aos sabados com os amigos. Sou fiel aos meus sentimentos e respeito os dos outros. E de escrever, é lógico!

domingo, fevereiro 27, 2011

Pontes

O amor não segue expectativas
Seu misterio é puro e absoluto

Mas ser corajoso é também cortar na própria carne

Revi pela enésima vez o filme "As Pontes de Madson". E a cada vez que vejo mais entendo suas personagens e sofro com elas. Chorar ao final do filme é inevitável.

Quem já viu o filme sabe que a história é simples, delicada, envolvente, sensual e feminina.

Francesca vive numa fazenda “perdida no meio do nada”, como diz a própria personagem de Meryl Streep, ou mais exatamente no meio de Iowa; ela reconhece que o marido é bom e decente e que as pessoasinhas que a cercam são boas e decentes (embora não admitam a existência de amor fora do casamento), mas de alguma forma é capaz de admitir que não era essa a vida com a qual ela sonhava quando jovem. Numa determinada ocasião, em 1965, o marido e os dois filhos adolescentes vão passar quatro dias fora, em uma feira estadual.

Robert Kincaid (Clint Eastwood) é um fotógrafo profissional contratado pela revista National Geographic para tirar fotos das belas pontes do condado de Madson, Iowa. Perdido, ele pede informações na fazenda dos Johnsons e assim conhece Francesca.

Duas vidas unidas pelas estradas do destino. Dois mundos completamente diferentes ligados por pontes da paixão.Tentando resistir a um inesperado romance. Uma paixão que surge apenas uma vez na vida. Talvez, a única chance de viver um grande amor...mesmo que seja impossível durar para sempre!

Clint está no filme deixando Meryl brilhar!

Francesca incomoda algumas pequenas mentes com seu sorriso franco dado a um completo desconhecido. Amadureçam primeiro! Cresçam primeiro, antes de julgar esse frágil jogo de sedução que, de repente torna colorida uma vida totalmente cinza.

Imagine você descobrir que pode fazer coisas diferentes de sua vida, depois de anos, e não poder fazer isso imediatamente, por causa de escolhas já feitas e que não podem ser desfeitas? Ou melhor, você não sabe se pode ou deve desfazer, ou talvez a questão não seja desfazê-las, mas simplesmente reconhecer que as coisas mudam, que você muda e que há muito o que viver, e que mudanças precisam ser boas para as pessoas envolvidas, e nem sempre você consegue avaliar o que é necessário para não fazer outras pessoas sofrerem. A idéia de compromisso é a idéia de dever, de ter uma vida que já estava em andamento. Mas e quando você quer parar e descer do trem que te leva para um lugar que você não quer mais?

Às vezes começamos a perder o brilho, o encantamento, mas algo inesperado nos alcança segurando nosso braço, pedindo um pouco de atenção. São estes momentos que podem fazer a diferença, para melhor ou para pior. "Viver exige alternativas, alternativas determinam prioridades, prioridades determinam escolhas e escolhas definem exclusões". No meu caso, minhas alternativas, prioridades, escolhas e exclusões, me parecem, até agora, terem me levado para um caminho melhor, muito melhor mesmo. Por que me recuso a ficar com a mão na maçaneta olhando pelo retrovisor. Já abri a porta e "saí". E estou na chuva esperando o sinal abrir.

sábado, fevereiro 26, 2011

Primeiro Encontro

estranho....
não estou sabendo fazer um texto sobre a emoção da chegada do meu neto.
Será por que ela é tão grande que se torna impossível passá-la para o mundo das palavras?
Fico olhando as fotos e não consigo me expressar!
Será por que ainda não o tive em meus braços, não senti a delicadeza de sua pele ou aquele cheirinho bom que só os bebês tem?
Por ele ainda estar na UTI e por só vê-lo por fotos me dá uma sensação de que ele ainda está dentro do útero de minha nora.
Ele ainda não é real.
Mas ele é real e eu o amo!
Mesmo não conhecendo ainda aquela pessoinha em formação, mesmo não sabendo o que se passa por aquela cabeça, eu o amo.
E olhar pra ele é olhar para uma folha de papel em branco. Tudo ainda vai acontecer! Tudo ainda vai brotar de dentro dele.
Olhando pra ele reconheço não só a magia de uma criança como símbolo de uma nova vida, mas também a imensa dádiva que é ser responsável em parte por um espírito em desenvolvimento, portador de uma individualidade única e de uma jornada de vida que não pode ser ditada de antemão. Sei que em algum lugar
dentro dele já há um projeto inerente de vida, independente do que eu ou de qualquer pessoa pense.
Como posso amar tanto um "cara" que acabou de entrar na minha vida? que amor é esse tão loucamente especial?
Serão os gens de nossos ancestrais, que agora circulam dentro dele, misturados aos meus e de meu filho, que estão me atraindo?
E se ele não for um sensível e me achar uma sonhadora que viaja entre essas dimensões, indo e vindo, ora nesse mundo paralelo das palavras e dos sentimentos, ora nessa realidade que as vezes nos magoa?
Amanhã estarei frente a frente com esse desconhecido e sinto que esse primeiro contato será importante para nós.
Estou com a barriga doendo como quem vai se encontrar pela primeira vez com o homem amado e espera que ele ame da mesma forma.

sexta-feira, fevereiro 25, 2011

Do viver pra contar

Vivo pra contar.
Conto histórias vividas
Conto as estrelas do céu
Conto as emoções que tenho
Conto os favos de mel.

Conto fábulas infantis
Conto as ondas do mar
Conto as alegrias que tive
Conto a vontade de amar.

Conto os contos impossíveis
Conto as flores no jardim
Conto as nuvens que passam
Nesse contar sem fim...

quarta-feira, fevereiro 16, 2011

Turbilhão de Sensações

Eu me perdi, perdi voce
Perdi a voz, o seu querer
Agora sou somente um,
longe de nós, um ser comum

Agora eu sou um vento só a escuridão
eu virei pó fotografia sou lembrança do passado
Agora sou a prova viva de que nada nessa vida
é pra sempre até que prove o contrário

Estar assim, sentir assim
um turbilhão de sensações dentro de mim
Eu amanheço eu estremeço eu enlouqueço
e te cavalgado em baixo do cair
da surra eu reconheço

Estar assim, sentir assim
um turbilhão de sensações dentro de mim
eu me aqueço eu endureço eu me derreto
eu caio em forma de chuva eu reconheço
Eu me transporto

Agora eu sou um vento só a escuridão
eu virei pó fotografia sou lembrança do passado
Agora sou a prova viva de que nada nessa vida
é pra sempre até que prove o contrário
(Paula Fernandes)
 
Obs.: Esta letra de música é em homenagem ao meu poeta André e seu blog que completa 7 anos. Que ele saiba que el nunca vai ser "um ser comum"

Carta para Julieta

Querida Julieta,

hoje resolvi lhe escrever, mas como posso agora questionar sobre o amor à uma menina?
Como posso esperar que você me entenda?
Simplesmente sabendo que você em sua breve existência, sem nem ter conhecido os diferentes perfumes das flores, admirado as várias fases da Lua ou escutado por muitos anos o canto da cotovia, você no frescor da sua juventude, amou e foi amada de uma maneira que todas nós mulheres, gostaríamos de ser, pelo menos uma vez em nossa longa vida.
ah! linda princesa, meu coração clama por doer de amor! Essa dor que faz falta, pois viver sem senti-la é viver sem ter experimentado o que dela pode haver de doce e amargo, tranqüilo e torturante. É ir do paraíso ao inferno em segundos.
Como viver sem ver nos olhos do amado todo aquele desespero de quem não quer nos perder e que nos diz que nos ama sem precisar dizer palavras?
Será que Romeu só existiu o seu e, por ter morrido, ficaremos para sempre sem um amor assim?
O que fazer? como encontrar com o homem que será o meu amado eterno? E se ele estiver por aí, a minha procura, como nos encontraremos ?
Quem sabe, linda princesa, nos dias em que vivo, o que irá me separar do meu Romeu será a distância, a falta de oportunidade do encontro, a rotina do trabalho?
Meu tempo passa rápido e, por mais que eu tente e busque, não sinto dentro de mim a chegada desse amor romântico que vai me levar à loucura e ao encantamento.
Durante os anos que se passaram algumas vezes pensei amar e ser amada. Mas se só pensei e com o tempo, esqueci, não era amor, por que amor não se conjuga no passado. Por que amor é para sempre!
E onde está esse amor para sempre? Será que para ser "para sempre" é preciso um "para sempre" curto, onde se morre cedo e aí sim o amor é para sempre?
Amada Julieta, se é loucura o que estou pedindo, que eu seja louca, que eu seja insana, que me tranquem na torre do castelo!
Mas passar a vida sem sofrer de amor, sem sentir a ansiedade de ouvir a voz querida, sem sentir o aperto no peito como quem se prende sob uma pedra se o amado não está presente, sem viver as noites de insônia chorando na cama pela falta do contato do corpo desejado, viver sem isso é simplesmente "passar pela vida".
Querida Julieta, que meus sonhos se realizem, que meu amado me surpreenda subindo na varanda de meu quarto e que a Lua seja nossa única testemunha.
E que você, minha linda menina, viva na eternidade ao lado de seu verdadeiro e único amor!



Obs.:Em Verona, na Itália, uma casa foi construída com o objetivo de mostrar aos turistas a mansão em que a Julieta morava e deixar os turistas admirar a famosa sacada onde aconteceram tantas juras de amor entre Romeu e Julieta. A casa tem um estilo medieval e possui um muro onde pessoas (na maioria das vezes, mulheres) do mundo inteiro escrevem cartas falando de suas vidas amorosas e pedindo conselhos. As cartas são pregadas no muro e são destinadas a Julieta. A personagem de Julieta chega a provocar devoção.
A primeira carta endereçada a Julieta foi escrita em 1937. Hoje à cidade de Verona chegam mais de cinco mil cartas por ano. Apaixonados do mundo inteiro procuram os conselhos da heroína italiana consagrada por Shakespeare e que morreu tragicamente por amor. E se transformou em uma espécie de protetora dos namorados.
E o que acontece? As cartas ficam lá paradas? Não, de jeito nenhum. Existe um grupo de 10 mulheres que são chamadas de “Secretárias de Julieta” e o trabalho delas é responder TODAS as cartas, isso mesmo, TODAS as cartas que possuem remetente. Elas respondem com conselhos amorosos e dão esperança as pessoas que estão se sentindo desamparadas e desiludidas.
As Secretárias de Julieta são pagas pelo governo da Itália, possuem conhecimento em diversas línguas e por isso conseguem responder a cartas do mundo todo.

sexta-feira, fevereiro 11, 2011

Noite de verão

E ela anda pelo apartamento à noite no verão sufocante. Não consegue dormir pois sua cama queima. Ou será ela a queimar os lençóis? Prende os cabelos num rabo de cavalo e refresca a nuca. Vai ao quarto, escancara a janela e puxa as cortinas. Respira fundo procurando um frescor, mas o ar está parado. O ventilador em cima da cadeira sopra o hálito do dragão. Ela vai à cozinha, abre a geladeira e se esfria rodando o próprio corpo ente a porta e as prateleiras, na esperança de se sentir melhor. Pega a garrafa d'água e passa pelo rosto, pelo pulso, pelo peito. Nem o chão ladrilhado está fresco. Seus pés descalços sentem o morno do chão castigado pelo sol durante o dia e que agora guarda a lembrança desse dia de verão. Na sala, abre a porta de vidro que dá para a varanda, onde se apoia e espera pelo movimento dos galhos da árvore ao lado do seu apartamento, que não vem. Suas coxas estão suadas e ela se lembra de uma outra noite, em que suas coxas ficaram assim, quentes e molhadas, mas não era verão e ela não estava
sozinha. Ela sente a sensualidade invadir seu pensamento. Anda até a área de serviço, fica olhando as estrelas no céu. Resolve se molhar na torneira do tanque. Ali a água está mais fresca. Ela coloca a cabeça debaixo da torneira molhando os cabelos, o rosto, o pescoço. Depois sacode os cabelos deixando a água escorrer pelo corpo. Sua camisola fica enxarcada. Ela fica parada por alguns minutos saboreando o momento, depois arranca a roupa e joga-a dentro do tanque. Nua e molhada ela se deita na cama e finalmente dorme.


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