Brincando com Palavras

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Local: Rio de Janeiro, RJ, Brazil

Sou a prima mais velha de uma turma de 32 primas! Gosto de rir e de fazer rir. Adoro conversar, mas principalmente de ouvir. Beber Mate, vinho e Martini. Ver filme aos sabados com os amigos. Sou fiel aos meus sentimentos e respeito os dos outros. E de escrever, é lógico!

terça-feira, janeiro 23, 2007

A Filha Perdida

Meu coração não foi mais o mesmo após aquele sábado à tarde, quando, de dentro do carro do meu filho, vi cair da janela do ônibus que estava indo a nossa frente, uma boneca.

O susto foi grande, mas a tristeza foi maior.

A vontade foi de parar o carro, descer até onde a boneca havia caído, resgatá-la mesmo suja de lama, alcançar o ônibus e devolver a filha querida aos braços daquela pequena mãe que estaria aos prantos, desesperada.

Mas não sou super-homem com seus superpoderes para conseguir fazer isso tudo num piscar de olhos.

Restou-me ficar com o coração apertado cheio daquele sentimento que só as mães sabem sentir ao perder um filho.

Como estaria se sentindo a pequena mãe? Seu coração já havia experimentado outras perdas ou essa seria a primeira de muitas?

Uma outra mãe estaria a seu lado consolando-a ou seria um pai a dizer que já havia repetido mil vezes para não colocar a boneca na janela?

Como responder que estavam se divertindo juntas e que ela queria apenas mostrar o mundo a sua pequena filha?

Estaria a pequena mãe imaginando sua filha, só de fraldas, braços e olhos abertos, jogada numa vala de lama na beira do caminho?

Ah! Que tristeza! Que dor!

Ainda bem que o Natal está próximo e com certeza ela ganhará uma nova boneca para preencher seus braços vazios.

Como se tudo fosse tão simples e fácil de resolver...

segunda-feira, janeiro 15, 2007

Musica Tema - 3

Eduardo E Mônica

Quem um dia irá dizer que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer
Que não existe razão?
Eduardo abriu os olhos mas não quis se levantar
Ficou deitado e viu que horas eram
Enquanto Mônica tomava um conhaque
Noutro canto da cidade
Como eles disseram
Eduardo e Mônica um dia se encontraram sem querer
E conversaram muito mesmo pra tentar se conhecer
Um carinha do cursinho do Eduardo que disse
- Tem uma festa legal e a gente quer se divertir
Festa estranha, com gente esquisita
- Eu não tou legal, não agüento mais birita
E a Mônica riu e quis saber um pouco mais
Sobre o boyzinho que tentava impressionar
E o Eduardo, meio tonto, só pensava em ir pra casa
- É quase duas, eu vou me ferrar
Eduardo e Mônica trocaram telefone
Depois telefonaram e decidiram se encontrar
O Eduardo sugeriu uma lanchonete
Mas a Mônica queria ver o filme do Godard
Se encontraram então no parque da cidade
A Mônica de moto e o Eduardo de camelo
O Eduardo achou estranho e melhor não comentar
Mas a menina tinha tinta no cabelo
Eduardo e Mônica eram nada parecidos
Ela era de Leão e ele tinha dezesseis
Ela fazia Medicina e falava alemão
E ele ainda nas aulinhas de inglês
Ela gostava do Bandeira e do BauhausDe
Van Gogh e dos Mutantes
Do Caetano e de Rimbaud
E o Eduardo gostava de novela
E jogava futebol-de-botão com seu avô
Ela falava coisas sobre o Planalto Central
Também magia e meditação
E o Eduardo ainda estava
No esquema "escola, cinema, clube, televisão"
E, mesmo com tudo diferente
Veio neles, de repente
Uma vontade de se ver
E os dois se encontravam todo dia
E a vontade crescia
Como tinha de ser
Eduardo e Mônica fizeram natação, fotografia
Teatro, artesanato e foram viajar
A Mônica explicava pro Eduardo
Coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar
Ele aprendeu a beber, deixou o cabelo crescer
E decidiu trabalhar
E ela se formou no mesmo mês
Que ele passou no vestibular
E os dois comemoraram juntos
E também brigaram juntos, muitas vezes depois
E todo mundo diz que ele completa ela e vice-versa
Que nem feijão com arroz
Construíram uma casa uns dois anos atrás
Mais ou menos quando os gêmeos vieram
Batalharam grana e seguraram legal
A barra mais pesada que tiveram
Eduardo e Mônica voltaram pra Brasília
E a nossa amizade dá saudade no verão
Só que nessas férias não vão viajar
Porque o filhinho do Eduardo
Tá de recuperação
E quem um dia irá dizer que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer
Que não existe razão?

quinta-feira, janeiro 11, 2007

Diário da Mulher Bodada

Sábado
Acordo às 9hs me sentindo estranha sem vontade de sair da cama. Rolo durante uma meia hora e volto a dormir. A fome me faz acordar já passando do meio-dia. Brigo com as cobertas e não encontro o outro pé de meia. Vou até a cozinha e abro a geladeira. Lembro que não fui ao mercado e portanto são poucas as coisa que encontro além das garrafas d’água. Faço um inventário: feijão no fundo da panela, um ovo, farofa pronta e tomate. Em cima da mesa um saco de pão de forma contendo uma fatia-casca. Coloco tudo numa frigideira, esquento, deito azeite em cima. Sento no sofá da sala e me espanto por estar carregando a colcha no ombro. Ligo o rádio e como na frigideira mesmo com uma colher. Não abro as janelas nem puxo as cortinas. Quero que pensem que não estou em casa. Não quero que atrapalhem minha depressão. Quero curti-la até o fundo do poço. Espalho jornal de sexta-feira pelo chão da sala lendo as notícias que me levam mais para ofundo. Suspiro. Miúda mia e me lembro que não coloquei a comida dela. Me arrasto até a área parecendo um fantasma romano com a toga presa ao ombro. Sinto o frio do ladrilho no pé. Ainda estou com uma só meia. Na volta passo no banheiro e me vejo refletida no espelho: pijama amarrotado, meu cabelo ruivo e curto parecendo um fósforo queimando. “Ai, meu Deus! Como vou sair dessa?” Volto para a sala, desligo o rádio. Passo na cozinha e pego uma garrafa de Martini. Ligo a televisão, vasculho todos os canais. Encontro um filme antigo em preto e branco que sei que me fará chorar. Bebo meu Martini. Sinto que estou ficando tonta e isso me consola. Durmo no chão entre jornais, frigideira e almofadas. Miúda dorme ao meu lado. Acordo passando das onze da noite. Cato as coisas do chão, tomo banho, escovo os dentes, penteio o cabelo, troco de pijama e vou pra cama.

Domingo
Acordo ótima e vou ao mercado !!

essa sou eu totalmente bodada.

sábado, janeiro 06, 2007

Ligeiramente Grávida

Estou rodeada de grávidas!
Algumas amadas amigas e minha amada sobrinha estão vivendo este momento mágico, só possível às mulheres.
E elas, coitadas, por estarem preocupadas com as mudanças em seus corpos, não se dão conta do imenso poder que carregam dentro delas.
Só às mulheres é dado o encantamento de, num período de tempo, carregarem dois corações pulsantes.
Por isso elas são capazes de amar tanto!
São rainhas explodindo em natureza, esfregando na cara dos homens, um milagre que comprova a existência de Deus ou de algo tão superior que ultrapassa nossa compreensão.
São seres brilhando em beleza e em sensualidade nos seus seios fartos e ancas cheias.
São lindas nuas, deitadas em suas camas em meio às almofadas ou sob as águas do chuveiro!
São lindas penteando seus cabelos ou simplesmente andando pela rua provando um sorvete!
São lindas nas feiras cheirando as frutas e os legumes.
São lindas se espreguiçando à tarde, na varanda enquanto tiram um cochilo!
São lindas no metrô voltando para casa após um dia de trabalho.
Mulheres grávidas são um mistério!
Seus desejos podem ser estranhos
Seus choros, incontroláveis.
Seus dengos, felinos.
Sua ternura, infinita!
são como rosas gigantes se abrindo em inúmeras pétalas com mesma delicadeza das flores do campo
Só a Lua Cheia se compara às grávidas: lindamente redonda, iluminada e admirada!
Causam inveja às outras mulheres que ainda não se sentiram grávidas e até, as mulheres que já estiveram várias vezes.
Se viverem setenta anos e só engravidarem uma vez na vida, jamai se squecerão esses nove meses sublimes.
Mulheres grávidas são poderosas por que são portadoras do tempo, da continuidade da vida, da humanidade, do mundo, da natureza, pois carregam o futuro.

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Antropofagia

Ouve-se os passos rápidos.
Um na direção do outro.
Quase não se veem
mas farejam no ar o cheiro do outro.
Cheiro conhecido que entorpece.
E enlouquece.
E quando as peles se esbarram
na escuridão,
provocam arrepios nos pelos.
Os braços se procuram
e os brancos dentes mordem as carnes do pescoço
Gosto de sangue na boca.
A língua lambe, prova
e suga o sangue quente.
Do lábio e do queixo.
Misturam-se salivas, uivos e respiração
As unhas cravam-se nas costas.
Pernas enlaçam,
músculos tremem.
Cabelos presos entre os dedos
são puxados como crinas.
Suor escorre pelo corpo.
Lágrima rola pelo peito.
Fluídos agri-doce dão sabor.
Mel, pimenta e sal.
Sombras na parede.
Lua no céu.
Corpo devorando corpo.

segunda-feira, janeiro 01, 2007

Simpatias para o Ano Novo


Para sua vida financeira melhorar, você sentou à mesa na hora da ceia, comeu um prato de lentilhas e, de sobremesa, cinco uvas. Mas não fique sentado o resto do ano esperando o dinheiro cair do céu. Poupe seu salário e não seus esforços. Estude mais, trabalhe em busca de um objetivo e procure entender que a verdadeira riqueza não pode ficar guardada num conta no banco.
Para seus desejos e sonhos se realizem, não pule só sete ondas. Pule vinte, cinqüenta, quinhentas, dez milhões, um maremoto inteiro quando for necessário. Solte sobre todo e qualquer obstáculo que apareça à sua frente. E nesse intervalo de tempo, pairando no ar, tente alcançar o céu.
Para encontrar um novo amor, troque os lençóis da cama, use uma peça de roupa vermelha, preferencialmente nova, e perceba que só isso é muito, muito pouco. Descubra no seu íntimo que o mais importante é manter o coração aberto e aceitar as pessoas como elas são. Escancare as janelas, destranque as portas, derrube os muros e desate os nós.
Para que a humanidade tenha paz, à meia-noite, solte fogos de artifícios dentro de você, vista-se de branco e dispa-se dos preconceitos, da inveja e do rancor. Na virada, feche os olhos e pense positivo; ao abri-los, procure enxergar um mondo novo, sem fronteiras entre as pessoas, durante o resto de sua vida.
E, hoje, no primeiro dia de 2007, lembre-se que simpaias, oferendas e superstições são muito importantes e fazem parte da tradiçõa, mas que elas nunca irão trazer boas notícias no ano seguinte sem a nossa ajuda
Pisando com o pé direito, vamos começar esse dia !


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