Brincando com Palavras

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Local: Rio de Janeiro, RJ, Brazil

Sou a prima mais velha de uma turma de 32 primas! Gosto de rir e de fazer rir. Adoro conversar, mas principalmente de ouvir. Beber Mate, vinho e Martini. Ver filme aos sabados com os amigos. Sou fiel aos meus sentimentos e respeito os dos outros. E de escrever, é lógico!

quarta-feira, outubro 31, 2007

Eu fui.... Paris


E aí eu conheci Paris.
E a cidade estava linda: as mulheres e os homens mais bonitos e elegantes do que nunca, os lugares cheios, um ar de prosperidade geral que ajuda muito a ser feliz.
Os primeiros dias foram para se desligar; os seguintes, para curtir. Curtir, passear, andar muito.
Mas as coisas não são simples, e depois de um tempo a vida de um turista fica complicada. Existem os que vão às exposições, os que compram o Pariscope para saber tudo que está acontecendo na cidade, e até os que vão aos shows de mulher nua – é, tem de tudo. Existem os que sempre vão aos museus. Esses são os especiais e profundamente ligados em artes, pois para isso é preciso muita disciplina: afinal, é preciso ser muito louca para sair de férias com uma agenda – e eu sou! O bom das férias é estar numa cidade bonita e conviver com ela normalmente, com naturalidade e intimidade. E aí, o que se faz o dia inteiro?
É bom acordar sem precisar pular correndo da cama e passar uma boa hora pensando, bem vagamente, onde passear, onde comprar a Coca-cola mais barata, qual a melhor conexão para se fazer no metrô...
Uma semana depois se percebe, com algum sofrimento, que por mais linda que seja a cidade, o coração já não bate tão forte. As lojas ainda atraem, mas com muito menos intensidade. Seria um sinal de depressão? Afinal, não é possível estar em Paris e não ser totalmente feliz, e nem pensar em dizer que está pensando na casa, nos amigos e menos ainda no trabalho; além de pegar mal, ninguém vai acreditar.
Só que nem todos têm o Dom do ócio e do lazer, e as manhãs vão ficando mais longas – na cama – e os telefonemas para casa mais freqüentes, com perguntas que são verdadeiras bandeiras. Tem cabimento telefonar de Paris e perguntar se fizeram feijão fresquinho em casa? Pois é.
Aí um dia você telefona para confirmar a volta, e daqui a dois dias já está em casa. E quando chega em casa sua família colocou cartazes e flores de boas-vindas. Sua mãe fez uma “saladinha de legumes”, quando você queria um prato de feijoada! Tudo bem, vai aproveitar para fazer uma dieta e pagar por todos os sanduiches que comeu durante a viagem. A vida é assim mesmo.
Só que as coisas não são tão simples, e depois de ter passado tantos dias num quarto tão charmoso e tão pequeno, acha a casa um verdadeiro palácio. E se diz: “afinal, a casa da gente é a casa da gente”. Mas o chavão não é suficiente para que ela entenda. O que é que está acontecendo, afinal?
Depois de dois dias em casa comendo os chocolates que comprou no free-shop e sem falar praticamente com ninguém, pega a bolsa e vai fazer umas comprinhas antes que morra de tédio. E aí, numa esquina, você entende.
Era uma esquina normal, e quando pára no sinal, começam a chegar perto os vendedores, aqueles que você sempre abominou. Só que, com a cabeça mais fresca e descansada, no lugar de só abominar, sem nem olhar, você olha. Olha e vê.
Um deles vende caixas de cajus, os mais lindos e coloridos cajus que você já havia visto: enormes, indo do amarelo ao vermelho numa sutileza e num bom gosto que dariam inveja a qualquer costureiro francês. O outro leva mangas, mangas amarelas e rosas frescas e cheirosas; logo atrás outro oferece abacaxis, sendo que um deles está aberto, amarelinho, para que o freguês possa provar e ver como estão docinhos. E vê um cachorro correndo e latindo atrás de um menino uniformizado indo para o colégio. E numa janela, uma senhora sacode a toalha de mesa florida.
E quando chega ao trabalho – quando finalmente as férias terminam – recebe de uma colega o melhor abraço que já recebeu em sua vida, e só por isso já valeu voltar.
É, não é em vão que se nasce nesse país chamado Brasil.

Texto baseado num artigo da Danuza Leão

quarta-feira, outubro 24, 2007

Do Diário da India Ceci

Essas palavras são do diário da India Ceci, moça que mora
em algum lugar dentro do meu sangue, nos caminhos do meu coração, nas nervuras do meu cérebro e nas estradas da minha história...
"Hoje quando eu apreciava o nascer do dia por entre as copas das árvores, dentro da escuridão da floresta, reparei uma pequena flor azul céu em meio às folhagens úmidas.
Ela estava ali sozinha em todo seu esplendor.
Não para ser admirada, apenas para existir.
E fiquei pensando, encantada, sobre esse delicado capricho do Criador.
Essa linda flor solitária com suas pequenas e frágeis pétalas, em meio a floresta, nasceu para embelezar a Natureza e alegrar o coração Dele.
Ela simplesmente é.
Sem precisar que a vejam, analisem ou digam.
Numa outra época eu a reencontrei, presa, apertada entre as feridas de um muro, na cidade.
Ela continuava linda, embelezando o mundo sem nem se dá conta e nem se importando com isso!
Apenas continuando a ser!"


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