Brincando com Palavras

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Local: Rio de Janeiro, RJ, Brazil

Sou a prima mais velha de uma turma de 32 primas! Gosto de rir e de fazer rir. Adoro conversar, mas principalmente de ouvir. Beber Mate, vinho e Martini. Ver filme aos sabados com os amigos. Sou fiel aos meus sentimentos e respeito os dos outros. E de escrever, é lógico!

sábado, agosto 26, 2023

Que história é essa Leonor? Episódio 39

 Uma das partes boas quando se tem filho pequeno é poder ir à matinê de carnaval no clube!

Meu filho e minha sobrinha tinham 4 anos e eu e minha cunhada resolvemos levá-los no clube para que eles "pulassem" o carnaval.

Meu filho fantasiado de índio e minha sobrinha de bahianinha! Lindinhos!

No clube, a banda tocava super animada! Organizaram espaços para as crianças por idade, super seguro!

Se estava seguro, é lógico que eu e minha cunhada aproveitamos! É estávamos lá dançando e cantando feito loucas, com meu filho se arrastando pelo chão  pra  fazer montanhas de confetes, quando ouvimos um choro altíssimo pelo microfone da banda!

As loucaa continuaram dançando e já achando aquele choro de criança super chato!

Quando de repente a banda pára de tocar e o apresentador pergunta: "quem é a mãe dessa criança perdida?" 

Nos esticamos pra olhar e... minha sobrinha berrando no palco, vermelha de tanto chorar!!

Quase nos expulsaram do baile.

Mães irresponsáveis e fanáticas por carnaval! Kkkkkkkkk


Enfim, devia ser proibido mães dançarem nas matinês! Principalmente aquelas que se esquecem que têm filhos ao ouvir um grito de carnaval!

Que história é essa Leonor? Episódio 41

 A princípio eu fui por impulso. Após 10 dias em casa de férias, resolvi que era hora de sair em viagem. E, sem pensar muito fui à agência e comprei meu pacote para o Sul, mesmo sabendo que talvez eu me sentisse deslocada em cidades anunciadas como românticas e certas para lua de mel.

E lá fui eu pra Gramado!

A cidade, linda, limpa. carinhosa, caprichosa como uma vovozinha sentada em sua cadeira de balanço!

Apaixonante e encantadora!

Mas depois falo mais dela!

Me senti nas páginas de um livro onde há desenhos de flores e coelhos por todos os lados!

E era só me sentar em qualquer banco e apreciar os detalhes tão delicados por onde meus olhos pousassem.

Me senti bem!

O mais interessante foi descobrir a surpresa em cada rosto feminino ao saber que eu estava viajando sozinha.

- Como assim, viajando sozinha?  Mas você teve coragem? Eu nunca viajaria sozinha, aliás eu nunca nem moraria sozinha? E você não se sente triste?


Percebi que não estava triste, nem deslocada, nem abandonada. Principalmente ao ver que essas mesmas mulheres que me questionavam e que estavam acompanhadas, se eu lhes estendesse a mão, sairiam correndo comigo para um passeio "sozinhas".

Me senti aventureira !  Corajosa!

Vi que, por estar sozinha, eu poderia fazer (ou não fazer) o que eu bem entendesse. Ir ou não ir aos lugares. Falar ou não falar com quem eu quisesse. Ganhar minutos conversando com uma mulher da cidade sobre os fios elétricos, que na cidade não são aparentes, e sim, por baixo da terra. Saber que não é necessário agradecer a todos os carros que param nos cruzamentos para que eu pudesse atravessar ("é obrigação deles parar"), assistir a um casamento na igreja principal e parabenizar a noiva que nem sei o nome, ir ao cinema à noite só pra ver como ele é por dentro e depois poder dizer que fui no cinema de Gramado. Experimentei chimarrão, dancei com um italiano dentro do trem Maria Fumaça, desci de trenó, numa montanha russa dentro da serra a 21kms/h, peguei um ônibus comum e visitei outra cidade (Canela), simplesmente por que queria saber como o pessoal se locomovia entre as cidades.

Conversei com pessoas, fotografei o que quiz, ri pra quem me fez rir, agradeci a quem foi generoso comigo. Perguntei, observei, cantei, aprendi, provei, gritei, rezei, admirei, me maravilhei!

Concluí que eu não estava sozinha, eu estava comigo! E eu gosto da minha companhia!

Que história é essa Leonor? Episódio 40

 A terça-feira começava como qualquer outra.

De repente uma das engenheiras chegou na sala dizendo que a Torre havia sido atingida por uma avião.

Pensei que torre seria essa? a torre do Rio Sul? e como "atingida"?

Como todos ficaram olhando-a, ele completou: "World Trade Center"

A ficha continuou sem cair pra todo o departamento.

Um outro colega veio e disse: "Foi só a torre" - pra ele havia sido a torre de rádio de algum prédio!

E todos continuaram em seus trabalhos.

Como fiquei incomodada por não saber detalhes, fui até o único computador que dava acesso à Internet e ficava no corredor.

Ao ver as imagens pela CNN, do primeiro prédio atingido, pensei: "cena de um filme!" e me conformei e avisei a todos: "gente isso deve ser de algum filme!"

Então começaram as primeiras reportagens onde ainda não se sabia se havia sido um acidente (talvez um avião em rota perdida) ou um atentado.

Quando o segundo avião atingiu a outra torre, preferi continuar pensando: "é filme!" - e, como só eu estava preocupada com aquilo e todos continuavam trabalhando, fiquei ainda acompanhando a "filmagem"

Mas quando vi todas as imagens de desespero eu me convenci de que alguma coisa muito séria estava acontecendo e quando a primeira Torre veio a baixo, o meu primeiro pensamento foi: "Pra onde ela está indo?"

A imagem que tenho é de que ela estava descendo como um elevador, indo pra dentro da Terra! E eu me levante e disse: "Caiu!"

E depois a outra caiu também e todos já estavam ao redor do monitor.

Fui pra minha mesa pensando: "Agora vai começar a 3ª Grande Guerra e meu filho está com idade para ser convocado!"

Anos depois fico pensando nesse meu pensamento egoísta! Milhares de pessoas morrendo e eu pensando que meu filho poderia ser chamado para a guerra. Mas sou mãe e nós somos assim..

Depois desse dia o mundo não foi mais o mesmo. O susto e o sentimento de impotência atingiu a todos, e dessa vez, até ao povo americano.


Duas piscinas gigantes, com o exato perímetro das Torres Gêmeas e no exato local onde se encontravam, foram construídas em granito cinza chumbo. Centenas de fontes estão  jogando milhares de litros de água por minuto representando todas as lágrimas que não pararão de correr dos olhos de quem presenciou e se emocionou naquele 11 de setembro de 2001. No centro, um poço quadrado, profundo e escuro, para onde as águas correm. Esses poços representam o imenso vazio que foi aberto no coração de todos nós.

segunda-feira, agosto 14, 2023

Que história é essa, Leonor? Episódio 38

Quando eu era menina e vivia junto com meus tios, um deles montou um time de futebol com os rapazes da rua. Foi uma maneira que ele encontrou para dar uma distração para aqueles meninos. Além dos jogos sempre havia uma feijoada preparada por minha mãe ou um bolo comemorando qualquer coisa!

Com o passar do tempo o "time" passou a ser convidado para jogar contra times de outros bairros. É logico que as familias iam junto para engordar a torcida! Uma vez fomos até na carroceria de um caminhão! 

Num desses convites o time foi chamado para jogar em Paquetá. E lá fomos todos passear na Ilha e torcer por nossos meninos!

E, como qualquer família grande, levamos farnel e praticamente uma mudança para passar o dia!

Tudo corria super bem até que durante o jogo, os adversários se mostraram muito estúpidos e mal educados. Não só tiveram um comportamento agressivo, como passaram a desrespeitar as famílias, senhoras e crianças, na arquibancada!

E aí começaram as brigas em campo!!

De repente, assistimos uma de nossas vizinhas, no meio do campo, com o sapato na mão, batendo num dos adversários, falando:

- Não bate no meu Julinho! Tira a mão do meu Julinho de seda! No meu Julinho de seda, ninguém bate!!

Seria cômico se não fosse trágico!

Meu tio correu pra minha mãe pedindo que nos tirasse do campo!! Nunca foi tão rápido unir a criançada! E corremos pelas poucas ruas de Paquetá em direção às barcas! 

Crianças, senhoras, mocinhas, correndo levando bolsas e panelas! Todas preocupadas com nossos jogadores! De dentro da barca só sossegamos ao vê-los chegando e deixando para trás o "inimigo".

Num canto, uma avó valente, abraçava seu "Julinho de Seda".


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