Brincando com Palavras

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Local: Rio de Janeiro, RJ, Brazil

Sou a prima mais velha de uma turma de 32 primas! Gosto de rir e de fazer rir. Adoro conversar, mas principalmente de ouvir. Beber Mate, vinho e Martini. Ver filme aos sabados com os amigos. Sou fiel aos meus sentimentos e respeito os dos outros. E de escrever, é lógico!

sábado, novembro 25, 2023

Que história é essa Leonor? Episódio 6

Levei meu filho para passar um feriadão em um hotel Fazenda em Raposo/RJ. 

Lugar maravilhoso para uma criança de seis anos e que vive na cidade. Apesar de minha mãe viver, na época, em um sítio em Mendes, um hotel Fazenda causa muito sucesso.

Carros puxados a boi, com aquela música que as rodas de madeira produzem, é de fazer qualquer menino correr pra ver!.

Um espaço com águas minerais saindo da fonte, acordar às 4h30m para ajudar a tirar leite da vaca e tomar o líquido ainda quentinho; só comer alimentos da horta do hotel, passear à noite, pela Fazenda, num trenzinho todos iluminado e tocando música é muita alegria.

Uma manhã fiquei curiosa se por ali havia uma cachoeira. O hotel tinha piscina, mas piscina é muito normal!

Procurei saber se dentro da fazendo havia uma cachoeira e, a resposta um pouco mineira, foi "ê  por ali"

É lá Fui eu, com Bruno correndo na frente, pelo caminho indicado.

Andamos, andamos, andamos! Cruzamos um milharal que não acabava nunca! Passamos pó um chiqueiro super moderno, onde as baias eram pavimentadas e divididas por um corredor! Entramos  e os porcos divididos por tamanho, mães com filhotes, filhotes adolescentes, porcões! Todos dormindo! Bruno resolve perguntar pq eles usavam brincos (marcadores)! Antes que eu pudesse responder todos os porcos acordam e começam  reunir em alto e bom som! Só nos restou correr!!

Continuamos a peregrinação a procura da cachoeira!

Enfim, encontramos!

Até eu chegar perto Bruno já tinha arrancado a roupa e só de cuequinga já estava na água!

O lugar lindo! Uma cachoeira pequena, mas que formava uma piscina Boa para se refrescar. 

Olhei para todos os lados e como não tinha ninguém por perto, resolvi tirar as roupas e também entrar na água! Me senti a própria Iara naquele momento! Uma ligação profunda com a natureza e meu filho! 

Na volta para o hotel, como estávamos molhados, entramos pelos fundos, passando pela cozinha! Ao nos ver, os funcionários nos perguntaram pq estávamos daquele jeito e  eu muito feliz contei o que tinha feito. Eles se olharam espantados e eu os tranquilizei dizendo que não havia ninguém por lá e por isso pude tomar banho sem roupa! E ouvi a resposta:

"Não tem ninguém lá pq aquela cachoeira tem muitas cobras"


Como eu já disse "Deus protege os loucos e as criancinhas"

sexta-feira, novembro 17, 2023

Que história é essa Leonor ? Episódio 45

A semana foi sem dúvida uma semana de imagens tristes a nos mostrar o quanto somos frágeis.

Mas em meio a tudo isso, Deus me mostrou que meu coração ainda pode sentir um grande amor!

E eu que achava que havia superado essas fases e que não me entregaria assim tão fácil a outro ser.

É lógico que não estou falando das minha pessoinhas queridas, como meu neto, meu filho, sobrinho-neto e etc.

Esses são meu amores incondicionais.

Eu havia fechado meu coração pra outros tipos de amor, seja para humanos ou animais, desde a minha última  separação amorosa e após a morte da minha gata Miúda.

Aí vem Deus, na quarta-feira de manhã e coloca no meu caminho um filhotinho de andorinha que, provavelmente, caiu do ninho, feito pela mãe no telhado do meu prédio!

A princípio eu o tirei do caminho com medo de que alguém, não tão observador, o pisasse. Peguei-o sabendo que a partir daquele momento sua mãe o rejeitaria, por sentir nele, o cheiro dos humanos!

Coloquei-o num vaso com plantas perto da portaria do prédio e fui para o trabalho. Mas durante o dia minha mente não parava de pensar naquele serzinho no sol que vinha aparecendo no Rio de Janeiro. E a noite, ao voltar para casa, incrivelmente ele ainda estava vivo e me esperando!

Agora não tinha mais jeito e eu já estava apaixonada por ele.

Levei-o para casa e o acomodei dentro de uma cestinha com palha da última Páscoa. Depois percebi que a palha era de um tamanho muito grande pra ele e troquei a palha por pedaços de pano. Na Internet li que podia alimentá-lo de água com mel e assim o fiz. Ele, esticava o pescocinho pelado e abria o bico, maior que seu corpo!

Na hora de dormir coloquei a cestinha a meu lado na cama e o envolvi com os panos. Durante a noite acordei umas três vezes para verificar se estava tudo bem. Como qualquer mãe que tem um bebê e se assusta quando ele está dormindo tranquilamente, eu abria o embrulhinho só pra perceber que ele estava só dormindo.

Com a ansiedade da noite acordei pela manhã me sentindo mal e, não pude ir trabalhar.

Talvez fosse um daqueles momentos em que Deus escreve certo por linhas tortas. Fiquei em casa doente e pude cuidar do meu mais novo amor, dando água+mel a todo instante em que ele me pedia.

Loucura? Falta do que fazer? Não! Amor e cuidado. Havia um pequeno animal precisando da minha atenção. E, sempre que eu passava perto da cestinha, ele esticava o pescocinho pedindo comida. Como é possível um ser tão pequeno, sem nem ter aberto os olhos, saber que eu podia alimentá-lo? Sei que isso tudo é por instinto, mas prefiro crer que ele me considerou sua mãe-andorinha.

Mais uma noite ele dormiu quietinho a meu lado.

Antes de sair para o trabalho eu lhe dei mais água+mel e fui, deixando-o sozinho.

Á noite quando retornei correndo para casa, ele estava bem fraquinho. Dessa vez, eu trouxe do mercado, um pacote de fubá, que dissolvi um pouquinho na água e fiz uma papinha ralinha como me ensinaram.

Ele teve dificuldades em beber.

Então eu o sequei bem, o enrolei nos panos e o coloquei bem confortável a meu lado no sofá. Eu costurava enquanto conversava com ele. De vez em quando ele esticava o pescocinho em minha direção, piava baixinho e retornava à posição de descanso.

Até que em um momento eu percebi que seu pescocinho estava esticado em minha direção por muito tempo e eu fiquei olhando. Demorei um pouco pra perceber que ele havia ido embora.

Foi triste. Chorei com aquele coisinha tão delicada, frágil e indefesa em minha mão que me fez sentir tanto amor em tão pouco tempo.

Me pergunto se realmente fiz tudo o que pude por ele? E se eu não tivesse deixado sozinho por um dia? E se eu tivesse derrubado qualquer regra e o levado junto a mim para o meu trabalho?

As vezes achamos que estamos fazendo tudo por quem amamos, mas muitas vezes não estamos fazendo o máximo que podemos! Não quero ficar me perguntando "e se", não adianta mais, mas vale a lição.

Nesse amor imenso de duas noites e três dias eu descobri que meu coração ainda está aberto para grandes histórias de amor... com humanos ou com animais.

sábado, novembro 11, 2023

Que história é essa Leonor Episódio 4

 Em 1994 minha mãe ainda morava num sítio em Mendes/RJ e, eu me programei para passar o Natal com ela. Nesse ano o dia 25 caiu num domingo e eu só pude viajar no sábado. Meu filho, por estar de férias, foi para Mendes durante a semana anterior.

Dia 24, sábado, acordei cedo pois não queria perder o trem para Paracambi que passa por Madureira as 6:00hs.

Ás 5:30 saí de casa de mochila nas costas e uma bolsa com os presentes.

Peguei o ônibus e desci em Madureira. Chegando na estação fui informada de que não havia trem pois estavam em greve.

- A Sra. não escutou no rádio, não?

- ??

Pensei um pouco e resolvi pegar um ônibus para N. Iguaçu, pois de lá sai um outro ônibus para Paracambi.

Chegando em N. Iguaçu saí procurando onde era a rodoviária de onde saída o tal ônibus.

- A Sra. tá vendo a torre da igreja lá embaixo? Então, é bem depois...

- ??

E lá fui eu esbarrando em pessoas que ainda compravam presentes no comércio da rua.

Ao chegar na rodoviária não acreditei que todas aquelas pessoas que estavam na fila fossem para o mesmo ônibus que eu queria pegar. E chega ônibus e sai ônibus e nada de chegar a minha vez. Até que, por volta das 11:00hs, consegui entrar no ônibus.

Quando cheguei em Paracambi tive que correr para pegar o ônibus para Mendes que já estava de saída. Por volta de uma hora e pouquinho da tarde cheguei em Mendes. Era só o tempo de ir ao mercado, pegar um taxi e pronto! Estaria no sítio ao lado de minha família!

Mas a coisa não foi bem assim...

Entrei no mercado para levar algumas frutas que minha mãe havia pedido para comprar: um abacaxi e um melancia. Como ia pegar um taxi, resolvi levar também maçã e pão. Andei pelo mercado tentando lembrar de mais alguma coisa. Paguei as compras e quando estava me dirigindo para a saída escutei a trovoada. Quando olhei para a rua me dei conta do temporal que estava desabando sobre a cidade. Respirei fundo, tentando me acalmar e esperei a chuva diminuir. Então fui até o ponto do taxi que me levaria até o sítio. Quando o motorista soube qual o destino da viagem, se recusou a me levar.

- O que? o sítio do cachorro grande? Nem pensar!! A estrada deve estar um horror! O carro não vai passar! etc...

Eu me desesperei:

- Então, moço. O Sr. vai me deixar ir a pé carregando essas bolsas e essa melancia?

Ele me informou que mais ou menos às 16:30hs saía um ônibus para Martins Costa que me deixaria bem mais perto do sítio.

E lá fui eu para o ponto aguardar a chegada do ônibus. Ao que me parece essa linha só tem realmente um veículo. Temos que esperar que ele vá até o destino e depois retorne. Só que, por causa da chuva, o ônibus havia ficado preso do atoleiro e tínhamos que ter paciência para esperar até que ele se libertasse !

Quando ele finalmente chegou (quase as 17:00hs) eu dei Graças a Deus e me joguei dentro dele! A viagem que normalmente leva uns 15 min., durou o dobro de tempo, pois o motorista teve que desviar de todos os buracos e atoleiros que encontrou pelo caminho.

Desci no meu ponto e segui pela estradinha que leva ao sítio.

De repente a chuva voltou a cair e, eu não tinha mais braços para abrir o guarda-chuva.

Parei e fiz um levantamento de como me encontrava. Mochila nas costas: molhada; presentes dentro da bolsa: molhados; cabelo molhado caindo nos olhos; bolsa de compras: encharcada; pão: empapado. A única coisa se reluzia de bonita era a melancia que eu trocava de lugar a todo momento: debaixo do braço esquerdo, depois do direito, na cabeça, no colo, na cabeça, e eu não encontrando posição para levar a tal fruta. Comecei a ficar com raiva dela. Como se a culpa de todo o que me havia acontecido fosse única e exclusivamente dela. A vontade foi de atirá-la longe, pisar bem pisadinho, dar para o primeiro porco que aparecesse.

E lá fui eu estrada a fora brigando com a chuva e com a melancia.

18:30 cheguei ao sítio.

A cachorrada latindo. Minha mãe nervosa. Meu filho preocupado. Eu, de lama até a alma, cheia de fome e de vontade de ir ao banheiro.

Só deu tempo de tomar um banho e me jogar no sofá.

Curti o Natal assim: deitada no sofá me curando do "trauma da melancia".

E a melancia lá, em cima da mesa, brilhando de bonita...

sábado, novembro 04, 2023

Que história é essa Leonor? Episódio 3

24 de dezembro, 22h30, eu e meu filho, na calçada, aguardando um táxi (na época não existia Uber) para irmos passar a noite de Natal na casa de uma tia. Bolsas, presentes e panelas! 

Após um bom tempo finalmente vejo um táxi vindo e faço sinal! 

O carro para, meu filho se senta no banco de trás junto com aquela quase mudança que só conhece quem tem família grande!

Me sento no banco do carona e já começo uma conversa com o motorista pq sou dessas e a agitação me faz conversar!

No meio do caminho tento ser solidária e digo "como deve ser chato ter que trabalhar e ficar longe da família numa data como essa, por exemplo,  sendo taxista". 

A resposta veio como um raio: "mas não sou taxista, nem o carro é um taxi"

Nesse momento achei que não tivesse entendido direito!

- "Como não é uma táxi"? E já coloquei minha mão pra trás  segurei a mão  do meu filho para ter um porto seguro.

E ele calmamente respondeu:

- "Não é um táxi!

Gelei, o sangue foi para o pé,  fez a curva, voltou pra cabeça!!!

- Mas moço pq o senhor parou e deixou que eu colocasse essa mudança aqui dentro?? Falando e já imaginando a tragédia!

- Eu vi a senhora com o menino, cheia de bolsa, parada uma hora daquelas na rua, resolvi dar a carona!!

- "Nãooooooo! Pelo amor de Deus, o senhor pode parar! Nós iremos pegar outro táxi, quer dizer, uma táxi!" E já esmagando a mão  do Bruno de tanto desespero!

- "Negativo, é meu caminho, vou levar vocês!"

Não adiantou eu pedir!

Levou! E não aceitou o pagamento pela corrida! Mesmo assim deixei R$5,00 no console.

Quando desci do carro reparei que nem amarelo era!! Como pude me enganar tanto??

Fico pensando que talvez tenha sido um anjo da guarda que veio me tirar de alguma situação perigosa!

quarta-feira, novembro 01, 2023

Que história é essa, Leonor? Episódio 44

Eu adoro dormir em transportes. Durmo com muita facilidade em ônibus, carro, trem, avião! Nunca experimentei dormir em bicicletas, mas quem sabe um dia!

Então imagine numa viagem para o trabalho ou na volta para casa?

São várias as histórias de verdadeiros vexames!

Uma vez, indo de frescão para o trabalho, acordei e não reconheci o grande prédio ao lado direito ! Ao firmar os olhos, reconheci o prédio da Central do Brasil! Mas como ele estaria do lado direito!? A ficha caiu qdo percebi que estava voltando pra casa!!!!!!!! O ônibus havia chegado ao ponto final no Castelo e já estava voltando para o Valqueire comigo dentro!!!

Outra ocasião, voltando para casa no último ônibus, acordei com um falatório! Quando me estiquei pra ver o que era escuto alguém falar: "Tem uma mulher lá atrás", descobri que o ônibus estava em direção à garagem com vários motoristas dentro!!! Implorei que eles parassem em qualquer lugar para que Deu pudesse voltar pra casa andando! Eu sabia que se eu entrasse em outro carro eu só acordaria na Cidade, de novo!!

Uma vez fui acordada pelo motorista, me avisando que já havíamos passado do ponto onde eu costumava descer!!! Mas ele foi gentil em me acordar perto de uma estação do metrô!!

Isso quando eu, na van,  acordava caida no ombro de algum passageiro a meu lado, com a bolsa e a agenda no chão, as pernas abertas e a baba no casaco alheio. Imagino a cara dos passageiros nos ônibus que passavam ao lado, vendo aquela cena deprimente!!

Já acordei com o ônibus parado no ponto final, no Castelo, para susto do fiscal, ao me ver descendo do frescao vazio!!

Ser a última a sair dos ônibus me fez aconselhar aos motoristas a SEMPRE olharem todo o veículo antes de deixá-lo na garagem!

Sempre podem ter uma surpresa! 

Quem sabe uma bela adormecida da lotação!


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