Amor Mamífero

Eu já escutei as expressões: amor animal, amor selvagem, amor bandido, etc.
Mas só ontem ouvi a a expressão "amor mamífero" !!
E o que vem a ser esse tipo de amor?

É aquele que venho procurando faz tempo !!
Pegue uma foto de uma gatinha enrolada perto de sua dona. Se você gosta de animais, o que ela lhe passa?

Amor mamífero é isso: conforto, acarinhamento, atenção, segurança (não no sentido financeiro), amor sem cobranças.

Amor mamífero não tem: "você ainda não me disse eu te amo!", "você não me ligou hoje após o almoço", " você nem lembrou que hoje era nosso aniversário de primeiro beijo", "você nem me comprimentou por que meu time venceu", " a gente nem se viu durante a semana", "você nem se lembrou de trazer uma lembrança pra mim" - etc....

Amor mamífero não tem cobranças !

Amor mamífero é aconchego, é zelo, é cuidado, é quentura, é pele, é olhar, é cheiro, é saliva, é dormir de conchinha, é puxar pra perto durante a noite, é cobrir a pessoa amada numa noite de frio quando o cobertor cair no chão.

Amor mamífero é correr até a portaria com uma toalha na mão quando ela está chegando debaixo de uma tempestade, é dar, sem que tenham pedido, um copo de mate gelado numa tarde de muito calor!

Amor mamífero é procurar embaixo da cama os chinelos para que o/a amado/a não coloque os pés no chão quando acorda.

Amor mamífero é arrumar uma mecha de cabelo da amada que insiste em cair nos olhos dela enquanto ela escolhe os melhores tomates no mercado para preparar aquele molho que você tanto gosta.

Amor mamífero é , dentro do shoping, de longe observar e admirar aquela mulher amada, sentada com mil pares de sapatos a sua volta, sabendo que no final ela não levará nenhum! E mesmo assim continuar adorando-a!

Amor mamífero é separar logo cedo o uniforme do jogo de futebol que seu amado jogará com os amigos à tarde enquanto você ficará em casa assando um bolo pra dividir com ele na volta !

E um amor assim não precisa ser morno, ele pode ser reconfortante e saboroso como uma xícara de leite quente!

Do Diário da India Ceci - Vol VII

A Flor e o Beija-flor
Era uma vez uma flor e um beija-flor.
Todo dia pela manhã o beija-flor pousava no galho onde a flor nascera.
E ele ficava lá admirando a beleza da manhã.
Um dia a flor olhou para o alto e o viu, lindo em sua plumagem nova e brilhante.
Mas o beija-flor não a viu.
E mais outro dia veio e com ele o beija-flor.
A flor arrumou suas pétalas e esperou que ele a visse.
Um pequeno momento do dia ele abaixou o olhar e a viu, mas logo voltou a olhar o horizonte.
Na manhã seguinte a flor resolveu exalar todo seu melhor perfume, talvez assim chamasse a atenção do beija-flor.
Nesse dia o pássaro voltou o olhar para a flor e ficou assim por alguns instantes.
A flor sentiu suas pétalas tremerem e tornou-se rubra.
Com o passar do tempo esses pequenos e rápidos olhares tornaram-se constantes.
E a flor se sentia inquieta. O beija-flor não emitia um som em direção à ela. E ela não sabia interpretar olhares.
Agora quando o beija-flor pousava no galho a flor não sabia o que fazer.
Ela devia voltar-se para o lado onde ele estava?
e as dúvidas a assombravam: ele estaria esperando um movimento dela?
ela devia ir até ele?
ele estaria só olhando uma flor?
Ela não sabia interpretar olhares !
E o tempo foi passando.
E o tempo é um dos maiores inimigos da flor.
E sem saber interpretar olhares, e sem ouvir o som do beija-flor em sua direção, a flor ficou perdida em suas incertezas.
Quando chegou a primavera, após o rigoroso inverno, o beija-flor, como de costume, pousou no galho da árvore.
E passou o dia admirando a beleza dos campos, até que mais uma vez lançou o olhar para onde deveria estar a flor.
E só então percebeu que na ponta do galho não mais pendia a flor que tinha sido o mistério de sua vida.
Ele olhou demoradamente para a ponta do galho e depois voou se sentindo estranhamente sozinho.
No céu, pensou: "O mundo é cheio de flores!"
Mas no íntimo sabia: "Mas nenhuma com aquele olhar !"

Como essa historinha é minha, a qualquer momento ela pode ter um final diferente! é só eu querer !!

Ligação Perigosa

Minha vida andou fazendo curvas
sem nem pedir licença
Minha vida não se emenda.
De propósito e distraída
deixou você entrar
estabanar os modos
durar os afetos
Deixou você ser o teto
no lugar do chão para pisar.
Maldita bendita carona que eu peguei
sem me tocar
embora fosse um script
com personagens definidos
e o texto pra improvisar
Deu no que deu:
Nosso laço é de cilada
Nosso tesão é irreversível
Nosso projeto é conversível para os dias de sol
Inconversável como se ninguém soubesse de nada
Estou condenada a esse encontro de universo
que me obriga a fazer verso
como quem não faz mais nada.
Chega de "cerca lourenço", dá-me um lenço que vou chorar.
Vem cá...
se é pra ficar longe
nem use telefone
Interrompe esse ciclone
que é preu voltar à terra e saber
como era mesmo o meu nome.
(Elisa Lucinda, mas podia ser eu)

Vampiros

Com a onda de filmes, seriados e livros onde o tema principal são os vampiros fico pensando no incrível magnetismo e encanto que eles causam aos adolescente.

E eles estão lá estampando cadernos e camisetas, transpirando sensualidade.

Comunidades são criadas em favor do ator principal.
Os adultos em volta não conseguem entender o "culto aos bebedores de sangue" como se isso fosse um grande problema atual. Que nossas mocinhas não tivessem juízo ao elegerem como seus galãs as personagens com dentes afiados pingando sangue.

Hoje, Vampiros escrevem diários, se apaixonam perdidamente, sofrem e choram por seus amores impossíveis.



Aí eu páro e me lembro de um tempo em que já fui dormir pensando em Christophe Lee com seus olhos vermelhos me mordendo o pescoço, e que eu sonhava que só assim eu poderia fazer parte do seu clã de noivas.

Não assisti aos filmes de Bella Lugose na época em que ele fazia também o Conde Drácula, sedutor em sua capa impecável, mas vibrei com Brad Pitt, Tom Cruise e Antonio Banderas em "Entrevista com Vampiro". Quem não daria o pescoço para esse trio?

Adolescencia e vampiros se aproximam pela possibilidade de se viver eternamente jovem, de não seguir regras estabelecidas, de ser único no meio de tantos, de ser sedutor e seduzir com um olhar. É assim que o jovem deseja que sua vida seja e é assim que o vampiro se mostra a ele.

Ao contrário do que se pensa vampiros são livres por que não estão ligados a nenhum momento político e se deleitam em suas paixões e vícios. Seu ópio, sua droga, sua bebida está bem ali, correndo nas veias do próximo.

Os sinais de vida eterna, banhada de juventude e sensualidade são lançados através de olhares, gestos, movimentos e longos beijos no pescoço. Impossível resistir!