
E ela anda pelo apartamento à noite no verão sufocante. Não consegue dormir pois sua cama queima. Ou será ela a queimar os lençóis? Prende os cabelos num rabo de cavalo e refresca a nuca. Vai ao quarto, escancara a janela e puxa as cortinas. Respira fundo procurando um frescor, mas o ar está parado. O ventilador em cima da cadeira sopra o hálito do dragão. Ela vai à cozinha, abre a geladeira e se esfria rodando o próprio corpo ente a porta e as prateleiras, na esperança de se sentir melhor. Pega a garrafa d'água e passa pelo rosto, pelo pulso, pelo peito. Nem o chão ladrilhado está fresco. Seus pés descalços sentem o morno do chão castigado pelo sol durante o dia e que agora guarda a lembrança desse dia de verão. Na sala, abre a porta de vidro que dá para a varanda, onde se apoia e espera pelo movimento dos galhos da árvore ao lado do seu apartamento, que não vem. Suas coxas estão suadas e ela se lembra de uma outra noite, em que suas coxas ficaram assim, quentes e molhadas, mas não era verão e ela não estava
sozinha. Ela sente a sensualidade invadir seu pensamento. Anda até a área de serviço, fica olhando as estrelas no céu. Resolve se molhar na torneira do tanque. Ali a água está mais fresca. Ela coloca a cabeça debaixo da torneira molhando os cabelos, o rosto, o pescoço. Depois sacode os cabelos deixando a água escorrer pelo corpo. Sua camisola fica enxarcada. Ela fica parada por alguns minutos saboreando o momento, depois arranca a roupa e joga-a dentro do tanque. Nua e molhada ela se deita na cama e finalmente dorme.
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