Brincando com Palavras

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Local: Rio de Janeiro, RJ, Brazil

Sou a prima mais velha de uma turma de 32 primas! Gosto de rir e de fazer rir. Adoro conversar, mas principalmente de ouvir. Beber Mate, vinho e Martini. Ver filme aos sabados com os amigos. Sou fiel aos meus sentimentos e respeito os dos outros. E de escrever, é lógico!

sexta-feira, junho 15, 2007

Microcontos

Um microconto, segundo “A casa das Mil Portas”, é uma história em prosa, contada em cinqüenta letras ou menos: “fazer um microconto é um desafio literário, uma tentativa extremamente econômica de contar ou sugerir uma história inteira”.
E como eu gosto de desafios, de histórias e de economia, aí estão meus microcontos (pra economizar seu tempo coloquei ao lado de cada microconto, o número de letras, mas se quiser conte):
“De tanto ficar na janela, criou raízes no cotovelo” (41)

“O chuveiro queimou. Então só lavou os pés” (33)

“Do canto da página do livro, o número vigiava as letras” (44)

“Coçando o ouvido com a caneta, escreveu memórias” (40)

“Na espera, tricotou a manta que cobriu o mundo” (37)

“Leve-me a seu líder, disse o ET. E a vaca balançou o rabo” (43)

“Deu cem escovadas no cabelo. Acordou com amnésia” (40)

“Ela dizia sustentar apenas um ser de bigodes: sua gata!” (44)

“Chora o menino com o rolo de linha na mão: pipa voada” (41)

“Ao som da música a bailarina dançava. Até fecharem a caixa” (47)

“Tecendo linda renda, a aranha aguarda” (31)

“Ao lado da samambaia-chorona, uma caixa de lenços de papel” (47)

“Dormia presa à boneca por esta ser mais feia que o bicho-papão” (50)

“Pintou a boca e os olhos para dormir. Queria sonhar colorido” (49)

“Pôs as cinzas do amado no implante do seio. Perto do coração” (48)

“Da orelha para o rabo, daí para a barriga e para a pata. Pulgas!” (48)

“Treinou beijo de língua na laranja. Apaixonou-se por ela!” (46)

“Ouviu que formiga era bom para os olhos, até ver uma de óculos” (49)

“Separou-se, por ver na sogra como sua esposa ficaria” (42)

quarta-feira, junho 06, 2007

Lua Azul

Na noite mágica
o reino encantado abre suas portas.
Seres da Natureza visitam a Terra.
Ventos sopram,
folhas voam,
pássaros fogem,
mar se agita.
Forças magnéticas.
Poderes espirituais.
Profundas purificações.
E a praia deserta
acolhe os amantes.
Só a Lua observa tudo.
Lua Cheia navegando no céu.
Céu escuro que se une ao mar.
Lua Cheia com aro azulado
ancorada no mar do céu
presa por um fio prateado
aos mistérios do Universo.
Lua feminina,
de fases, grávida.
Lua de romances, encontros,
desatinos e alucinações.
Lua que brilha
no lábio molhado do amante.
Lua que reflete
nos olhos apaixonados da amante.
Mãe das mudanças,
água-marinha,
cantos de baleia,
ilusões de sereia.
Mel, leite e orvalho.
Violetas e cristais.
Lua especial,
Lua perigosa.
No vento o pedido,
a oração.
E enquanto o amante dorme,
entregue em travesseiros de sonhos
que entorpecem a mente
e faz desfalecer,
a amante, filha da Lua
eleva os braços,
puxa a luz celeste para sua testa,
seu coração e seu ventre.
Pede orientação
sobre as mudanças necessárias
para a real transformação.
E o vento salgado
lambe seus cabelos,
roça seus dedos,
transpassa suas pernas.
Do mar vem o cheiro do tempo.
O mundo visível e invisível estão unidos.
A filha da Lua permanece em silêncio.
As mensagens em respostas ecoam
em sua mente e alegra seu coração.
A Natureza vibra.
E a Lua reina.
Lua cheia,
rara e bela.
Lua Azul.


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