Brincando com Palavras

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Local: Rio de Janeiro, RJ, Brazil

Sou a prima mais velha de uma turma de 32 primas! Gosto de rir e de fazer rir. Adoro conversar, mas principalmente de ouvir. Beber Mate, vinho e Martini. Ver filme aos sabados com os amigos. Sou fiel aos meus sentimentos e respeito os dos outros. E de escrever, é lógico!

domingo, abril 20, 2008

Despedida do Amor

Existem várias dores de amor:

A primeira é quando a relação termina e a gente, seguindo amando, tem que se acostumar com a ausência do outro, com a sensação de perda, de rejeição e com a falta de perspectiva, já que ainda estamos tão embrulhados na dor que não conseguimos ver luz no fim do túnel.

A segunda dor é quando começamos a vislumbrar a luz no fim do túnel.
A mais dilacerante é a dor física da falta de beijos e abraços, a dor de virar desimportante para o ser amado.

Mas, quando esta dor passa, começamos um outro ritual de despedida: a dor de abandonar o amor que sentíamos.
A dor de esvaziar o coração, de remover a saudade, de ficar livre, sem sentimento especial por aquela pessoa.
Dói também...

Na verdade, ficamos apegados ao amor tanto quanto à pessoa que o gerou.
Muitas pessoas reclamam por não conseguir se desprender de alguém.
É que, sem se darem conta, não querem se desprender.
Aquele amor, mesmo não retribuído, tornou-se um souvenir, lembrança de uma época bonita que foi vivida...
Passou a ser um bem de valor inestimável, é uma sensação à qual a gente se apega. Faz parte de nós.

Queremos, logicamente, voltar a ser alegres e disponíveis, mas para isso é preciso abrir mão de algo que nos foi caro por muito tempo, que de certa maneira entranhou-se na gente, e que só com muito esforço é possível alforriar.

É uma dor mais amena, quase imperceptível.
Talvez, por isso, costuma durar mais do que a "dor-de-cotovelo" propriamente dita.
É uma dor que nos confunde.
Parece ser aquela mesma dor primeira, mas já é outra.
A pessoa que nos deixou já não nos interessa mais, mas interessa o amor que sentíamos por ela, aquele amor que nos justificava como seres humanos, que nos colocava dentro das estatísticas: "Eu amo, logo existo".

Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo.
É o arremate de uma história que terminou, externamente, sem nossa concordância, mas que precisa também sair de dentro da gente...

E só então a gente poderá amar, de novo.

terça-feira, abril 15, 2008

Tema Musical: Travessia

Quando você foi embora
fez-se noite em meu viver
Forte eu sou mas não tem jeito,
hoje eu tenho que chorar
Minha casa não é minha,
e nem é meu este lugar

Estou só e não resisto,
muito tenho prá falar
Solto a voz nas estradas,
já não quero parar
Meu caminho é de pedras,
como posso sonhar?

Sonho feito de brisa,
vento vem terminar
Vou fechar o meu pranto,
vou querer me matar

Vou seguindo pela vida
me esquecendo de você
Eu não quero mais a morte,
tenho muito que viver
Vou querer amar de novo
e se não der
não vou sofrer
Já não sonho,
hoje faço
com meu braço
o meu viver

Milton Nascimento

segunda-feira, abril 07, 2008

A concha

De grão em grão,
dor em dor,
desilusão em desilusão,
vou construindo minha concha
feita do sal de minhas lágrimas
e do amargo da minha boca.
Esculpida lentamente
através dos anos,
dos amores das tristezas.
Meu abrigo foi construído
longe do meu mar
para evitar meu naufrágio.
Bem fechada
e sem tranca,
livre do perigo de novos visitantes,
minha concha me protege.
E dentro dela,
ferido, meu coração,
antes desejoso em ser pedra
se transforma em brilhante
e cobiçada pérola!

terça-feira, abril 01, 2008

Esperança

O amor deles era imenso e imbatível.

Um dia, sem aviso, ele lhe disse:
“Acabou”
E ela, facilitando a vida dele, respondeu:
“Tá”
Sem conseguir lhe retribuir o abraço e o beijo,
Deixou-o ir.

Ele saiu e ela ficou ali,
na sala, olhando a porta,
na esperança de que ele voltasse.
Por 15 minutos ela esperou
sentada no sofá olhando a porta.
E esperou uma noite.
E uma semana ela esperou.
Durante anos ela ficou ali,
sentada na sala, olhando a porta.
Tinha medo de sair e ele retornar
E por não encontra-la, desistir.

Uma noite alguém bateu na porta.
Com dificuldade ela se levantou
E rodou a maçaneta.
Diante dela estava um senhor
Mas que ela reconheceu pelo sorriso.
Ele lhe falou:
“Desculpe-me!”
E ela, respondeu:
“Ta”
Ele entrou e os dois se sentaram no sofá.
Não sabiam o que dizer um ao outro.
Sem saber o que fazer,
ela olhou para a porta.

De repente se deu conta,
de que aprendera a gostar de olhar para ela,
e que não saberia viver sem isso.


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