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Sou a prima mais velha de uma turma de 32 primas! Gosto de rir e de fazer rir. Adoro conversar, mas principalmente de ouvir. Beber Mate, vinho e Martini. Ver filme aos sabados com os amigos. Sou fiel aos meus sentimentos e respeito os dos outros. E de escrever, é lógico!

terça-feira, julho 05, 2011

Multiverso

Chovia muito naquela manhã e ela teve que correr para pegar o ônibus para o trabalho. Se perdesse aquele só teria outro após meia-hora. De longe o motorista a viu pulando as poças de água com a agilidade de um gato e resolveu esperá-la. Pela porta da frente ela entrou agitada, cabelo molhado e rosto pingando. Sorrindo ela agradeceu a gentileza e se sentou num dos bancos do fundo do veículo. Durante a viagem, várias pessoas sentaram-se a seu lado e todas faziam algum comentário sobre a chuva que caía sobre a cidade. Até que ele entrou no ônibus também apressado e molhado. Ele era quase uma versão masculina  da cena acontecida com ela. Ele foi para o fundo do ônibus e se sentou ao lado dela. Ela o olhou e os dois riram. Não foi um sorriso abafado ou tímido. Na verdade os dois gargalharam das próprias atrapalhadas. Foi assim que se conheceram. Conversaram, se sentiram atraídos, marcaram um encontro, onde, prometeram estarem mais secos. Isso aconteceu há seis anos, eles continuam juntos! E toda vez que pegam um temporal eles dão gargalhadas, para desespero de quem está perto e não conhece a história.

Chovia muito naquela manhã e ela teve que correr para pegar o ônibus para o trabalho. Se perdesse aquele só teria outro após meia-hora. De longe o motorista não a viu pulando as poças de água com a agilidade de um gato e seguiu o caminho. Irritada ela foi até o ponto esperar pelo próximo que só passaria daqui a meia-hora. Com a força da água que caía, seu guarda-chuva não agüentou e desmontou. Ela se viu totalmente molhada e teria que passar o dia inteiro naquela situação. Quando o ônibus chegou não havia lugar para sentar. Ela até olhou para o fundo do veículo mas todos os lugares estavam ocupados. Suas pernas doíam e ela começou a se sentir febril. Com certeza iria ficar gripada. Enquanto prendia o espirro alguém a seu lado espirrou alto. Ela o olhou de alto a baixo e ele estava mais molhado que ela! Distraída ela também espirrou e os dois riram. Não foi um sorriso abafado ou tímido. Na verdade os dois gargalharam das próprias atrapalhadas. Foi assim que se conheceram. Ele contou que havia perdido o ônibus anterior e ela afirmou que em dias de chuva tudo ficava confuso. Conversaram, se sentiram atraídos, marcaram um encontro, onde, prometeram estarem mais secos. Isso aconteceu há seis anos, eles continuam juntos! E toda vez que espirram dão gargalhadas, para desespero de quem está perto e não conhece a história.




Chovia muito naquela manhã e ela teve que correr para pegar o ônibus para o trabalho. Se perdesse aquele só teria outro após meia-hora. De longe o motorista não a viu pulando as poças de água com a agilidade de um gato e seguiu o caminho. Ela, não viu o carro que vinha na outra pista e foi atropelada.  O motorista, percebendo que ninguém o tinha visto, fugiu, deixando-a desmaiada no asfalto, com a chuva batendo em seu rosto. Uma senhora correu para ajudá-la, mas ela continuava inconsciente. E foi assim que ela morreu naquele dia chuvoso. No meio do caminho para o Centro ele entrou no ônibus. Naquele dia ele havia acordado atrapalhado como sempre, mas, depois, sentado no fundo do veículo, sentiu uma imensa tristeza invadindo seu peito e, de um momento para o outro seu rosto se tornou sério. Isso aconteceu há seis anos e ele continua um solitáro. Toda vez que chove ele sente esse vazio inexplicável no coração.

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