Como livro
Quando eu estiver contigo no fim do dia, poderás ver as minhas cicatrizes, e então saberás que eu me feri e também me curei. (Tagore)
Elas estão todas lá, escrevendo minha história. Cada uma tem sua mensagem, sua lembrança. São momentos vividos! A cada dia, cada ano, cada década elas foram adicionadas com a caligrafia dos tempos. São testemunhas e delas não posso me afastar. Elas provam que vivi, engravidei, tive filho.
Algumas tem data de nascimento, nome e sobrenome. Quem souber lê-las saberá que em algumas ocasiões elas foram criadas para que eu pudesse continuar vivendo. Se continuo viva é por que elas passaram a existir. E se são perfeitas, agradeço às mãos dos cirurgiões. Outras lembram que chorei muito, mas que também ri muito. Essas foram crescendo junto comigo e estampam meu rosto. São minhas companheiras de existência e não posso me envergonhar delas. Outras me fazem lembrar o que o Sol é capaz de fazer quando teimamos em adorá-lo sem proteção, mas elas me lembram também dos momentos divertidos passados para que elas surgissem. São as estrelas do céu na minha pele.
E elas estão todas lá no meu corpo: minhas cicatrizes, sardas, estrias e rugas.
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