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Local: Rio de Janeiro, RJ, Brazil

Sou a prima mais velha de uma turma de 32 primas! Gosto de rir e de fazer rir. Adoro conversar, mas principalmente de ouvir. Beber Mate, vinho e Martini. Ver filme aos sabados com os amigos. Sou fiel aos meus sentimentos e respeito os dos outros. E de escrever, é lógico!

quinta-feira, março 31, 2011

Maria, Maria - Parte 2

"Com uma criança no colo e a mãe morta, Maria resolveu ir para a capital tentar a vida".

Medo de trabalho ela não tinha e sempre lhe diziam que seria mais fácil pra ela arranjar emprego. Durante um tempo ela ficou morando na casa de uma madrinha de uma conhecida que morava lá na roça. Esta senhora foi um anjo que caiu na vida de Maria. Com ela, Maria aprendeu a escrever o próprio nome e a fazer algumas contas. Já podia ir até a padaria e comprar pão sem ser enganada com o troco.
Conversando com as amigas, a madrinha conseguiu que Maria começasse a trabalhar como passadeira e ganhasse assim um dinheiro. Isso durou pouco tempo, pois a velha senhora ficou muito doente e teve que ser internada. Maria não tinha como arcar com as despesas de aluguel e um dia, ela e sua filha tiveram que sair do local.
Sem ter para onde ir, sentou-se no bando do jardim, onde algumas crianças brincavam. Logo sua menina estava no meio delas brincando, distraída, como só as crianças sabem ser, longe de todos os problemas que as cercam. Uma das babás de uniforme branco começou a conversar com Maria e no de final de alguns minutos ela já estava lhe indicando um lugar para morar na favela. Maria nem sabia direito o que era uma favela, mas era para onde ela teria que ir pelo menos para passar a noite. Depois resolveria esse problema.
Na favela le indicaram uma igrejinha onde havia os cultos aos domingos e que as senhoras frequentadoras lhe dariam abrigo e informações.
Durante alguns dias Maria e Mariana viveram na igrejinha junto com outras pessoas. Comiam, dormiam e trabalhavam ajudando-se uns aos outros. Enquanto as mulheres cuidavam da comida e das crianças, os homens contruíam novos barracos onde o morro ainda permitia.
Quando seu barraco ficou pronto, Maria não se conteve de contentamento, mas ao entrar nele e encostar a tábua que se fazia de porta sentiu um imenso vazio em sua alma. Ficou ali parada com a filha no colo, olhando para aquele espaço que seria sua moradia. Num canto estava um colchão enrolado, perto dele, uma caixa de madeira, provavelmente de frutas do mercado. Em cima da caixa uma bolsa com roupas de criança e outra com utensílios de cozinha. Eram doações recebidas na igreja. Maria soltou o colchão, forrou-o com uma toalha e deitou-se ao lado de Mariana. As duas dormiram assim a manhã toda. Quando acordou resolveu deixar a tristeza de lado e saiu para conhecer o local. Aproveitou e recolheu alguns tijolos e paus jogados no caminho para a construção de seu fogão. Uma vizinha vendo-a assim ainda perdida deu-lhe uma vasilha com sopa ainda quente, o que lhe aqueceu o corpo e o coração. Mesmo com seu jeito tímido e desconfiado Maria havia conquistado sua primeira amiga.

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