Morada de Minh'alma - II
Há dias que sinto que não sou uma // Sou várias dentro deste corpo que me protege.// Sou tantas que me perco.// Esse corpo que me protege é abrigo, morada.// É um prédio sempre em construção. // Há andares, quartos, sótão e porão.(Morada de Minh'alma - http://brincando-com-palavras.blogspot.com.br/2006/11/morada-de-minhalma.html)
E há cantos escuros, escadas, armários e inúmeras gavetas.
Há portas trancadas que não sei o que há por traz delas e isso me assusta.
Os vidros das janelas estão sempre sujos para que eu não possa ver o que se passa lá fora.
Algumas gavetas estão fechadas há anos, não as abro por medo de dali sair o que tento esconder. Ou um animal peçonhento: aranhas! Segredos. Meus e dos outros.
Há sacolas em armários cujo conteúdo foi ali depositado muito antes do que eu possa me lembrar. Tudo tem cheiro de guardado e mofo.
Sob as pias, panelas se acumulam, cheias de teias e poeira. Ali não ponho os olhos nem as mãos. Não sei o que vou encontrar. Medos. Infantis e adultos,
Nos livros da minha memória a poeira se acumula. Nãos os abro, mesmo os que ainda não li. Então só escuto o barulho dos cupins os devorando. Insaciáveis em sua fome. E eles não param nunca. Passam dos livros à madeira da estante. Vão destruindo até nada ficar de pé. Culpa. Do que fiz e do que deixei de fazer.
Lençóis sujos e fronhas rasgadas onde minha alma tenta dormir e não consegue descansar. Quartos entulhados de coisas sem utilidade, roupas jogadas pelo chão, papéis rasgados, lâmpada queimada, cheiro de azedo. Confusão. Mental e espiritual.
Há períodos em que a morada de minh'alma se sente abandonada, como uma casa velha, em que a família viajou e nunca retornou. Mas que aguarda a chegada de uma faxineira que a faça brilhar de novo.
E há cantos escuros, escadas, armários e inúmeras gavetas.
Há portas trancadas que não sei o que há por traz delas e isso me assusta.
Os vidros das janelas estão sempre sujos para que eu não possa ver o que se passa lá fora.
Algumas gavetas estão fechadas há anos, não as abro por medo de dali sair o que tento esconder. Ou um animal peçonhento: aranhas! Segredos. Meus e dos outros.
Há sacolas em armários cujo conteúdo foi ali depositado muito antes do que eu possa me lembrar. Tudo tem cheiro de guardado e mofo.
Sob as pias, panelas se acumulam, cheias de teias e poeira. Ali não ponho os olhos nem as mãos. Não sei o que vou encontrar. Medos. Infantis e adultos,
Nos livros da minha memória a poeira se acumula. Nãos os abro, mesmo os que ainda não li. Então só escuto o barulho dos cupins os devorando. Insaciáveis em sua fome. E eles não param nunca. Passam dos livros à madeira da estante. Vão destruindo até nada ficar de pé. Culpa. Do que fiz e do que deixei de fazer.
Lençóis sujos e fronhas rasgadas onde minha alma tenta dormir e não consegue descansar. Quartos entulhados de coisas sem utilidade, roupas jogadas pelo chão, papéis rasgados, lâmpada queimada, cheiro de azedo. Confusão. Mental e espiritual.
Há períodos em que a morada de minh'alma se sente abandonada, como uma casa velha, em que a família viajou e nunca retornou. Mas que aguarda a chegada de uma faxineira que a faça brilhar de novo.
2 Comentários:
Ponha o sol, arrume, areje e sobretudo, não tenha medo de abrir as gabetas.
Que lindo e também triste... Fazendo a resenha de "Preciosa" li uma reportagem em que a autora dizia que na religião dela tem um ditado que diz: "Deus não tem mãos, só as suas."
E ela explica que nós somos a nossa própria força e nossos proprios anjos. Lembrei disso lendo seu post.
bjoss
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