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Sou a prima mais velha de uma turma de 32 primas! Gosto de rir e de fazer rir. Adoro conversar, mas principalmente de ouvir. Beber Mate, vinho e Martini. Ver filme aos sabados com os amigos. Sou fiel aos meus sentimentos e respeito os dos outros. E de escrever, é lógico!

sábado, outubro 13, 2012

Dia das Crianças

"Vou ser criança eu vou, até morrer... Viver a vida assim, viver sem pensar" (A Patota)

No dia das crianças, lembrei-me dos brinquedos da minha infância:










Eram os anos 70...
Os carros não tinham cintos de segurança, apoios de cabeça, nem air-bag!!
Afinal de contas... íamos soltos no banco de trás fazendo aquela farra, e isso não era perigoso!
As camas não tinham grades e os brinquedos eram multicores com pecinhas que se soltavam ou no mínimo eram pintados com umas tintas “duvidosas“ contendo chumbo ou outro veneno qualquer.
Não havia travas de segurança nas portas dos carros, chaves nos armários de medicamentos, detergentes ou químicos domésticos.
A gente andava de bicicleta para lá e pra cá, sem capacete, joelheiras, caneleiras e cotoveleiras.
Bebíamos água de filtro de barro, da torneira, de uma mangueira, ou de uma fonte, e não águas minerais em garrafas ditas ¨esterilizadas¨.
Construíamos aqueles famosos carrinhos de rolimã e aqueles que tinham a sorte de morar perto de uma ladeira asfaltada, podiam tentar bater records de velocidade e até verificar no meio do caminho que tinham economizado a sola dos sapatos, que eram usados como freios...
E estavam descalços...
Depois de alguns acidentes, todos os problemas estavam resolvidos!
Íamos brincar na rua com uma única condição: voltar para casa ao anoitecer.
Não havia celulares, e nossos pais não sabiam onde estávamos!
Era incrível!
Tínhamos aulas só de manhã, e íamos almoçar em casa.
Quando tínhamos piolho usávamos Neocid em pó.
Braços engessados, dentes partidos, joelhos ralados, cabeça lascada;
Alguém se queixava disso?
Comíamos doces à vontade, pão com manteiga, bebidas com o (perigoso) açúcar.
Não se falava de obesidade, brincávamos sempre na rua e éramos super ativos.
Dividíamos com nossos amigos uma Tubaína comprada naquela vendinha da esquina, gole a gole e nunca ninguém morreu por isso ....
Nada de Playstations, Nintendo 64, X Boxes, jogos de Vídeo , Internet por satélite, DVD, Celular com câmera , Computador e Chats na Internet:
SÓ AMIGOS!
Nada de ração para os cachorros;
Comiam a mesma comida que nós (muitas vezes os restos), e sem problema algum!
 Banho quente? Shampoo? Que nada!
No quintal, um segurava o cão e o outro com a mangueira (fria) ia jogando água e esfregando-o com (acreditem se quiserem) sabão (em barra) de lavar roupa!
Algum cachorro morreu ou adoeceu por causa disso?
A pé ou de bicicleta, íamos à casa dos nossos amigos, mesmo que morassem a kms de nossa casa, entrávamos sem bater e íamos brincar.
É verdade!
Lá fora, nesse mundo cinzento e sem segurança!
Como era possível?
Jogávamos futebol na rua, com a trave sinalizada por duas pedras, e mesmo que não fossemos escalados ... ninguém ficava frustrado e nem era o “FIM DO MUNDO“!
Na escola tinha bons e maus alunos.
Uns passavam e outros eram reprovados.
Ninguém ia por isso a um psicólogo ou psicoterapeuta.
Não havia a moda dos superdotados, nem se falava em dislexia, problemas de concentração, hiperatividade. Quem não passava, simplesmente repetia de ano e tentava de novo no ano seguinte!
As nossas festas eram animadas por “radiolas” com agulhas de diamantes deslizando sobre os discos de vinil, luz negra e um delicioso coquetel feito de groselha e maçã em cubinhos.
Tínhamos: Liberdade, Fracassos, Sucessos e Deveres. ...e aprendíamos a lidar com cada um deles!
A única verdadeira questão é:
- Como a gente conseguiu sobreviver?
E, acima de tudo, como conseguimos desenvolver a nossa personalidade?
(Dejan Trifunovic)


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