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Sou a prima mais velha de uma turma de 32 primas! Gosto de rir e de fazer rir. Adoro conversar, mas principalmente de ouvir. Beber Mate, vinho e Martini. Ver filme aos sabados com os amigos. Sou fiel aos meus sentimentos e respeito os dos outros. E de escrever, é lógico!

quinta-feira, dezembro 05, 2013

Li e gostei

Namore um garoto que lê

(Baseado no "Namore uma garota que lê", texto escrito pela Rosemary Urquico e traduzido e adaptado para o português por Gabriela Ventura)


“Namore  um  cara  que se orgulha da biblioteca que tem, ao invés do carro, das  roupas ou do penteado. Ele também tem essas coisas, mas sabe que não é isso que vai torná-lo interessante aos seus olhos. Namore um cara que tenha uma  pilha  de  três  ou quatro livros na cabeceira e que lembre do nome da professora que o ensinou as primeiras letras.
Encontre  um  cara  que lê. Não é difícil descobrir: ele é aquele que tem a fala  mansa e os olhos inquietos. Ele é aquele que pede, toda vez que vocês saem  para  passear,  para  entrar  rapidinho na livraria, só para olhar um
pouco. Sabe aquele que às vezes fica calado porque sabe que as palavras são importantes demais para serem desperdiçadas? Esse é o que lê.
Ele  é  o cara que não tem medo de se sentar sozinho num café, num bar, num restaurante.  Mas,  se  você olhar bem, ele não está sozinho: tem sempre um livro por perto, nem que seja só no pensamento. O rosto pode ser sério, mas ele  não morde, não. Sente-se na mesa ao lado, estique o olho para enxergar a capa, sorria de leve. É bem fácil saber sobre o quê conversar.
Diga  algo sobre o Nobel do Vargas Llosa. Fale sobre as novas traduções que andam  saindo  por  aí.  Cuidado: certos best-sellers são assunto proibido.
Peça  uma  dica.  Pergunte  o  que  ele está lendo – e tenha paciência para escutar, a resposta nunca é assim tão fácil.
Namore  um  cara  que  lê,  ele  vai entender um pouco melhor seu universo, porque  já  leu Simone, Clarice e – talvez não admita – sabe de memória uns trechos  de  Jane Austen. Seja você mesma, você mesmíssima, porque ele sabe que  são  as  complicações, os poréns que fazem uma grande heroína. Um cara que lê enxerga em você todas as personagens de todos os romances.
Um  cara  que  lê não tem pressa, sabe que as pessoas aprendem com os anos, que qualquer um dos grandes tem parágrafos ruins, que o Saramago começou já velho,  que  o  Calvino melhorou a cada romance, que o Borges pode soar sem sentido e que os russos precisam de paciência.
Um  namorado  que  lê  gosta  de  muita  coisa,  mas,  na  dúvida,  é fácil presenteá-lo:  livro  no  aniversário,  livro  no Natal, livro na Páscoa. E livro no Dia das Crianças, por que não? Um cara que lê nunca abandonará uma pontinha de vontade de ser Mogli, o menino lobo.
E  você também ganhará um ou outro livro de presente. No seu aniversário ou no Dia dos Namorados ou numa terça-feira qualquer. E já fique sabendo que o mais importante não é bem o livro, mas o que ele quis dizer quando escolheu justo  esse.  Um  cara  que  lê  não  dá  um  livro  por  acaso.  E escreve dedicatórias, sempre.
Entenda que ele precisa de um tempo sozinho, mas não é porque quer fugir de você. Invariavelmente, ele vai voltar – com o coração aquecido – para o seu lado.
Demonstre   seu  amor  em  palavras,  palavras  escritas,  falas  pausadas, discursos  inflamados.  Ou  em  silêncios  cheios de significados; nem todo silêncio é vazio.
Ele  vai  se dedicar a transformar sua vida numa história. Deixará post-its com  trechos  de Tagore no espelho, mandará parágrafos de Saint-Exupéry por SMS.  Você  poderá, se chegar de mansinho, ouví-lo lendo Neruda baixinho no quarto  ao  lado. Quem sabe ele recite alguma coisa, meio envergonhado, nos dias  especiais.  Um  cara que lê vai contar aos seus filhos a História Sem Fim e esconder a mão na manga do pijama para imitar o Capitão Gancho .
Namore um cara que lê porque você merece. Merece um cara que coloque na sua vida  aquela  beleza  singela  dos  grandes poemas. Se quiser uma companhia superficial,  uma  coisinha  só  para  quebrar  o galho por enquanto, então talvez ele não seja o melhor. Mas se quiser aquela parte do “e eles viveram felizes para sempre”, namore um cara que lê.
            Ou, melhor ainda, namore um cara que escreve

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