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Sou a prima mais velha de uma turma de 32 primas! Gosto de rir e de fazer rir. Adoro conversar, mas principalmente de ouvir. Beber Mate, vinho e Martini. Ver filme aos sabados com os amigos. Sou fiel aos meus sentimentos e respeito os dos outros. E de escrever, é lógico!

sábado, outubro 29, 2011

A Mulher Invisível

Quando eles se envolveram ele ainda era um adolescente e ela uma mulher adulta. Mas a paixão falou mais alto e eles resolveram ficar juntos.
Ela o apresentou aos mistérios e prazeres do sexo. Um vivia encantado com o outro e, sempre que possível passavam os finais de semana juntos.
Ele queria aprender tudo e ela não se importava em ensinar.
Na cama conversavam sobre vários assuntos entre um beijo e um abraço.
Todos os cômodos da casa conheciam os gemidos dos dois, pois eles não se limitavam somente à cama.
Durante muito tempo viveram esse encontros nas sombras, com as cortinas fechadas, luzes de velas, somente o barulho do ar condicionado como testemunha.
Até ele arrumar uma namorada!
Ela sabia que um dia isso aconteceria, o que ela não imaginava era que ele quisesse continuar com essa vida secreta. Mas ele quis e ela aceitou, e continuou a lhe ensinar tudo o que sabia na arte do amor.
Um dia ele lhe avisou que se casaria e, ela foi ao casamento.
Na cerimônia ela percebeu que não havia em seu próprio coração nenhum sentimento mesquinho ou triste em relação ao que estava acontecendo no altar.
Ela o olhava de longe e via nos olhos dele o amor que ele sentia por aquela menina de véu e vestido branco. Ela sabia que a noiva era o seu amor, mas ela era a sua paixão.
E ela se sentiu tranqüila com toda aquela situação.
A noiva era a sua namorada, mas ela era a sua mulher, mesmo que invisível.
Com o tempo os gêmeos vieram e ela colocou a foto deles no porta-retrato na cômoda do quarto. Ela acompanhava o crescimento dos filhos que nunca poderia dar a ele e se sentia feliz por ele os ter.
Uma vez no mês eles se encontravam e sempre era como se fosse a primeira vez! A paixão se esparramava pelo quarto e eles só viam um ao outro.

Os anos passavam mas nada diminuía a atração que sentiam.
Quando a mulher dele adoeceu ela se entristeceu, pois sabia que se algo acontecesse ele sofreria e ela não queria isso. Foram meses de angústia, onde só o calor do corpo dela junto ao dele o acalmava. Com a notícia da morte da esposa, os dois choraram abraçados. Ela havia aprendido a amar aquela família como se fosse dela.
Ele continuou a morar com os filhos até os gêmeos saírem de casa para morar em outro país e a filha mais nova se casar.
Ela, em sua própria casa, esperava por ele, para lerem juntos algum livro, deitados na cama, com as pernas entrelaçadas ou assistirem algum filme depois de terem saciado seus desejos.

Um mês ele não apareceu na data combinada e ela achou estranho. Na semana seguinte ela resolveu procurá-lo e teve a notícia de sua morte.
Ela então foi para casa, colocou lençol novo na cama, se arrumou e foi ao cemitério.
Lá, encontrou o túmulo do homem da sua vida ao lado da esposa. Ela rezou por eles e deitou-se entre as duas lápides. Olhou o céu, e percebeu que não conseguiria viver sem aqueles dois. Então, fechou os olhos e foi se encontrar com eles, na esperança de que lá, não seja preciso viver nas sombras.

1 Comentários:

Blogger Unknown disse...

sem palavras amiga.

segunda-feira, outubro 31, 2011 10:50:00 PM  

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