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Local: Rio de Janeiro, RJ, Brazil

Sou a prima mais velha de uma turma de 32 primas! Gosto de rir e de fazer rir. Adoro conversar, mas principalmente de ouvir. Beber Mate, vinho e Martini. Ver filme aos sabados com os amigos. Sou fiel aos meus sentimentos e respeito os dos outros. E de escrever, é lógico!

sábado, maio 09, 2009

Rio Antigo - 2

Depois de ler meu post abaixo fiquei me lembrando de quando eu era menina e minha mãe me levava ao Centro do Rio.
Acordávamos cedo, nos arrumávamos e pagávamos o ônibus pra Praça XV.
Durante o caminho minha mãe ia apontando as ruas, os prédios e sempre tinha alguma coisa pra contar que sempre começava por "aquele ali..."
Nunca fiquei enjoada em viagens, nem nessas pequenas viagens.
Meu irmão, não!! Como passava mal o coitado!
Minha mãe levava biscoitos, água, toalha, mate ou qualquer coisa pra distrair o enjoo!
Geralmente quando íamos à cidade era para minha mãe ir ao antigo trabalho dela na Av. Rio Branco, lá no início, perto da Praça Mauá.
No escritório todos me conheciam desde que nasci e era ótimo ir até lá e ver as moças datilografando.
Almoçávamos num lugar onde havia um bandejão que era servido por freiras. Costumávamos dizer "vamos almoçar nas freiras?" Foi o primeiro bandejão da minha vida. Tenho que perguntar à minha mãe onde ficava aquilo. Não me lembro! Mas me lembro perfeitamente do tamanho das rodelas de tomates. Eram lindas! E, como não tínhamos costume de comer em restaurantes, eu me sentia muito importante comendo no meio daquele povo todo!
Quando dava tempo dávamos uma passadinha na Casa Sloper, na Rua Uruguaiana.
Ali eu me sentia uma princesa de verdade!
Tudo naquela loja era chique: paninhos, lenços, perfumes, pratos, bandejas de prata, sopeiras, bolsas de festa, gravatas, meias finas e masculinas, etc
Qualquer objeto comprado era embrulhado em papel fino e depois num papel vermelho com o logotipo da Sloper.
E o lustre? um céu de estrelas! contas de cristal ! de palácio!
Sem falar no corrimão da escada, em dourado, sempre brilhando !
As vendedoras muito arrumadas e maquiadas. Puro requinte!
Eu quase desejava ser vendedora da Sloper. Elas eram chiquérrimas!
E o elevador? Até hoje me lembro da acessorista lindamente uniformizada anunciando: "Segundo andar: cama e banho, moda feminina, presentes"
Depois íamos até o ponto de ônibus para voltar pra casa, circulando entre aquelas moças de sapato de salto e saias rodadas.
No caminho entrávamos antes na Igreja de São José, para renovar a promessa de não dizer jamais o que eu havia visto atráz do altar e aos pés da imensa imagem do Pai do Menino Jesus.
Á noite, em casa, no subúrbio, eu sabia que o mundo era muito mais que meu quarto.
Que tudo estava lá fora e que eu não precisava ter pressa.
Eu só precisava esperar e estudar por que um dia eu estaria no meio daquilo tudo!

1 Comentários:

Blogger eidia dias disse...

Muito bom, Tuti...era assim mesmo. Um evento sair com a mãe. Acho que até hj a Sloper poderia estar aqui. Não deve nada a loja nenhuma dos nossos shopings de hj.E aproveite pra perguntar tudo pra mami. Que bom q a sua ainda está com vc
bjos bjos
eidia
www.oquevivipelomundo.blogspot.com

terça-feira, novembro 22, 2011 10:16:00 AM  

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