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sábado, janeiro 28, 2012

Não há Pandorgas no Céu

Quando morre um menino
Gabriel, que virou anjo no dia 20/01/12
Reza o vento a sua prece
O destino fecha a porta
E o dia não amanhece

Quando morre um menino
Se quebra a vida em pedaços
As horas correm vazias
Sem travessuras e abraços.

Quando morre um menino
Chora as águas da sanga
Amadurecem inúteis
Vivos melões e pitangas.

Quando morre um menino
A tristeza mata a fome
E crescem ervas daninhas
Pelos caminhos de um homem.

Quando morre um menino
Tem o pão o gosto de fel
A alegria sai da casa
E não há pandorgas no céu.

Quando morre um menino
A tristeza mata a fome
E crescem ervas daninhas
Pelos caminhos de um homem

Quando morre um menino
Não há pandorgas no céu.
(Cesar Passarinho)

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