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quarta-feira, março 28, 2007

História para ninar alienígena - 2

Já tenho um certo controle sobre meus sonhos.
Por exemplo, é raro não saber que estou sonhando.
Dou-me conta de que estou de olhos fechados e vejo-me participando da ação.
Eventualmente, consigo dirigir uma ou outra cena.
Um exemplo: decido apanhar um guarda-chuva no armário, mas, quando olho para as minhas mãos, estou empunhando uma submetralhadora.
Pergunto-me dentro do sonho, sabendo que estou sonhando,
o que faço com aquilo nas mãos, uma vez que não sou rancoroso,
não acredito em ódio e aprendi a ver o ciúme como uma doença mesquinha.

Foi o outro, o inventor do sonho, quem colocou a arma nas minhas mãos e a vítima à minha frente.
Sou eu, entretanto, que se nega a puxar o gatilho.
O tempo real não existe no tempo do sonho e,
às vezes, descubro-me absolutamente descansado depois de ter caminhado em alguns segundos de Copacabana a Charlotelund, uma praia de Copenhague.
O inventor dos sonhos convive com um inimigo, o esquecedor de sonhos.
Quando conseguir dominá-lo, surpreenderei o mundo.






(Fausto Wolff)

Um comentário:

  1. Logo vi q não era sou.
    Não entendi quase nada...
    Mas eu domino meus sonhos também sabia?!
    Só q sofro do mal de esquecê-los ao acordar. Alguns eu lembro.

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